A imagem da empresa associada a questões ambientais podem trazer ganhos positivos para o empreendimento?
Em 2009, vimos desenrolar uma ampla mobilização entre os países pela busca de soluções que viessem melhorar a relação do ser humano com o meio ambiente. A cúpula que reuniu presidentes de mais de 100 países, ONGs e cientistas, em Copenhague, obteve resultados frustrantes, mas mobilizou o mundo a pensar sobre como será o futuro ambiental do planeta. Nesse período, um filme também atraiu os olhares do mundo. A produção holiudiana “2012” mostrou os danos incalculáveis de destruição que a despretensão pelas questões ambientais e climáticas pode acarretar.
No mundo dos negócios, há algumas décadas, muitas empresas começaram a pensar sobre essa questão “meio ambiente” e associar a imagem (marca) de seu empreendimento com ações voltadas para a responsabilidade sócio-ambiental. Na prática, essa associação relacionada a produtos e serviços apresentados pelas empresas tornou-se uma forma criativa e inovadora de gestão empresarial e de marketing, que visa passar aos consumidores/clientes um posicionamento de ética e transparência da organização.
No Brasil, o movimento da Responsabilidade Social Empresarial se intensifica a partir dos anos 1990, principalmente após o Eco 92, debatido na cidade do Rio de Janeiro, e que veio alertar para a conscientização do desenvolvimento sustentável. Essa administração sócio-ambiental responsável é hoje uma ferramenta estratégica de marketing bastante utilizada. Bancos, empresas automobilísticas, indústrias, estatais e empresas de diferentes portes e segmentos aderiram a essa prática.
Mas, será que a responsabilidade ambiental utilizada pelas empresas agrega valor a imagem diante a sociedade? Isso torna o empreendimento mais competitivo no mercado? É uma ferramenta eficaz de marketing? Motiva os funcionários de uma empresa a trabalharem melhor? Para responder essas questões, o Portal administradores.com.br conversou com o especialista em meio ambiente e sustentabilidade Antonio Carlos Araujo, além da Lúcia Hahn, diretora administrativa da Quintessência, empresa farmacêutica que desenvolve projetos de conscientização ambiental com seus funcionários. Confira!
1 – A Responsabilidade Sócio/ambiental Empresarial tornou-se um fator de competitividade para os negócios?
Lúcia Hahn – Sem dúvida, as empresas estão muito mais atentas e adeptas à idéia do relacionamento “ganha-ganha”, isto é, fazer negócios onde todos os partícipes (acionistas, funcionários,clientes e sociedade de um modo geral) possam se beneficiar, construindo uma imagem respeitável, confiável e competitiva frente à concorrência.
Antonio Carlos Araujo – A maximização de valores da empresa nessa nova era da sustentabilidade não depende apenas da estratégia e de sua performance, mas também de seu comportamento. Essa movimentação de players e cenários serve para visualizar uma coreografia onde as consequências para o Brasil em termos de crescimento também são relevantes. A principal leitura que se faz é de crescimento através da seleção de produtos e serviços com mais qualidade ambiental. Uma análise simplista conclui que nesse momento não se pode errar, e as empresas engajadas em gestão sustentável oferecem seus produtos e serviços com menor desperdício, menor custo e ainda maior valor agregado. Isso é competitividade.
2 – Podemos dizer que essa visão sócio-ambiental de algumas empresas agrega reconhecimento (imagem) na sociedade e gera maior comprometimento de seus funcionários junto à própria empresa?
Lúcia Hahn – Atualmente, fazer negócio é mais do que apenas fazer produtos e ganhar dinheiro. É preciso fazer a diferença, através de ações de retorno (“give back”) voltadas para comunidade onde a empresa está inserida. Essa é a idéia que há alguns anos temos colocado em prática na Quintessência. O retorno e a participação dos funcionários têm sido muito satisfatórios e gerado um clima organizacional colaborativo e fraterno.
Antonio Carlos Araujo – Observadas as tendências do mercado globalizado, cada vez mais a empresa é vista como parte integrante da sociedade, e, por isso, tem o dever de participar de forma responsável na solução de problemas socioambientais existentes nas comunidades em que está inserida. Muitas empresas estão gradualmente sendo obrigadas a divulgar seu desempenho social e ambiental, os impactos de suas atividades e medidas tomadas para prevenção ou compensação de acidentes.
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