Recentemente participei do projeto “Maratona de Aprendizagem” da Academia Brisot, apresentando a norma ISO 45001:2018. Fui entrevistado pelo meu amigo desde os tempos de auditorias na DNV GL, Valério Brisot. Hoje ele é consultor e instrutor de diversas normas de gestão na sua consultoria e na Academia Brisot, que ajuda a formar profissionais multinormas para o mercado.
Olhando para o programa da maratona, que consiste em apresentar várias normas disponíveis no mercado e utilizadas conforme a necessidade de cada empresa, pensei em como mostrar para os empresários os benefícios de usar estes padrões internacionais de boas práticas, mais conhecidos como normas certificáveis e seus guias de implementação.
Independentemente se as empresas irão se certificar ou não nestas normas, organizar as empresas com estas referências internacionais, ainda é a melhor forma de garantir resultados positivos estratégicos e dos processos de trabalho. Isso inclui as partes interessadas internas e externas e visa atender os clientes, mercado e requisitos das normas aplicáveis.
Com estas informações todas na cabeça, neste domingo de manhã, ao concluir um trabalho que tenho que entregar na segunda pela manhã, resolvi escrever. Há muito tempo tenho a ideia de unificar todas as normas possíveis e necessárias para cada cliente num sistema de gestão único (SGU), personalizado conforme seu contexto. E fazer sua implementação de uma vez só.
Sou auditor líder 9001, 14001, 18001, SA 8000 e auditor da 45001, especialista em auditorias sociais, consultor destas normas e de sustentabilidade. Utilizo como referência as normas ISO 26000 (Responsabilidade Social) e ISO 20400 (Compras Sustentáveis).
Os projetos de compras sustentáveis, que realizo atualmente, iniciam por um diagnóstico junto a alta direção, lideranças, processo de compras e de gestão de fornecedores. Tem o grande objetivo de simplificar, complementar e otimizar esta gestão, além de reduzir os riscos de sustentabilidade das organizações contratantes e de toda a cadeia de valor.
Harmonizar o resultado deste diagnóstico com a implementação das normas de qualidade, meio ambiente, saúde e segurança do trabalho e qualquer outra aplicável ao ramo de negócio do cliente é algo natural e óbvio. Por que fazer em momentos diferentes? Ao mexer no SGQ ou SGI, a organização pode aproveitar os recursos como parte de uma complementação total, criando o seu SGU.
Um exemplo dos benefícios de implantação unificada das normas complementares ao atual SGQ ou SGI é o processo de compras. Os documentos necessários contemplarão a visão de todas as disciplinas sobre o mesmo processo. Isso inclui a inserção das particularidades de cada norma, apoiados pelos requisitos comuns a todas as normas, conforme a estrutura dos sistemas de gestão das novas ISOs (anexo SL), criados para facilitar esta integração.
Outro benefício desta implementação unificada e do SGU, além dos benefícios específicos de cada disciplina/norma, é a organização tornar-se um fornecedor responsável, ou seja, já estará pronto para ser auditado por futuros clientes e parceiros, utilizando qualquer norma certificável, protocolos internacionais disponíveis no mercado ou protocolos próprios das organizações. A tão famigerada “homologação de fornecedores”, custosa e demorada, passa a ser uma simples etapa do processo de venda de produtos e serviços a novos clientes.
Imagine seu SGU (certificado ou não) atendendo aos requisitos e recomendações das principais normas exigidas atualmente e outras específicas como: ISO 9001, ISO 14001, ISO 45001, ISO 26000, ISO 20400, SA 8000, NBR 16001, ISO 19600, ISO 37001, ISO 27001, ISO 31000, ISO 50001 e ISO 22000. Além disto, capaz de atender também os protocolos setoriais mais conhecidos como SEDEX/SMETA, ABVTEX, URSA, BSCI, SLCP, HIGG, entre outros.
Parece algo muito grande, muito trabalhoso, até inacreditável, mas não é. Muitos requisitos e controles são similares, todos tem análise estratégica, definição de objetivos, metas e indicadores, gestão de riscos e oportunidades, análise crítica pela direção, auditorias internas e externas, controle de documentos e registros (informação documentada), capacitação, conscientização, provisão de recursos, análise de infraestrutura. Enfim, dá para aproveitar as metodologias já existentes, olhando com os olhos de cada disciplina e fazendo as adaptações necessárias.
Todas estas normas e protocolos gerarão informações úteis para vários relatórios, como o de sustentabilidade (GRI) e o Índice de sustentabilidade empresarial (ISE) e propiciarão dados das comunidades impactadas pela presença da empresa, para criação de projetos sociais (Investimento Social Privado – ISP).
O conjunto de todas as boas práticas e benefícios gerados para as partes interessadas envolvidas será a forma de contribuição da organização para o atingimento dos ODS – Objetivos do desenvolvimento sustentável, maior contribuição que qualquer empresa pode dar ao nosso planeta.
Resumindo: o SGU é a melhor opção de construir uma gestão única da organização, profissionalizada e buscando atingir os resultados planejados. Esta gestão é validada internacionalmente através dos milhares de certificados existentes no mundo.
Não tem mais como esperar. Temos que aproveitar as novas tecnologias, a redução de custos que o trabalho remoto nos proporcionou, a nova forma de pensar e diversidade das pessoas e o momento de arrumar a casa para o que vem pela frente e agir com sabedoria. Sem retrabalho e economizando recursos, tornar nossas empresas no melhor que podem ser para atingir os resultados e contribuir para o desenvolvimento sustentável.
A TOCCHI EMPRESARIAL CONSULTORIA e seus parceiros estão preparados para auxiliar clientes nesta jornada de crescimento e amadurecimento. Acesse nosso site para nos conhecer mais e fazer contato.
